Biografia de Xidimingwana
Domingos Honwana, mais conhecido por Xidiminguana, nasceu na província de em Gaza na localidade de Vuthu, no distrito de Bilene em 1936. Filho de pais camponeses, apascentou gado na infância, tal como muitas crianças da sua zona.
Em 1949, Xidiminguana aprende a tocar a sua primeira viola feita de lata e fios de pesca, com um amigo de nome Rafael Lhonguana, já falecido. No mesmo ano, o artista consegue comprar uma guitarra de um conhecido que viera da África do Sul e que estava sem dinheiro para regressar ao país vizinho, onde trabalhava. “Paguei-lhe com um saco de milho de 50 quilogramas”, conta o artista.
Já lá vão mais de 60 anos que Xidiminguana anda de guitarra na mão. Com a sua forma diferente de tocar, destacou-se na música, por se empenhar em contar estórias através da música.
Foi com essa ideia que a 15 de Agosto de 1954 chegou à então cidade de Lourenço Marques, (Maputo) e conseguiu o seu primeiro trabalho como empregado doméstico no bairro do Alto Maé, onde permaneceu até ingressar na empresa Portos e Caminhos de Ferro-de-Moçambique (CFM), onde trabalhou até reformar, em 1996.
Em 1962, já nos CFM, Xidiminguana consegue mais tempo para praticar a sua viola e aproveita para passear nos bairros populares, onde tocava para os amigos. Foram estes mesmos amigos que o impulsionaram a tocar e a gravar as suas músicas.
Em 1964 fez testes na Rádio Clube de Moçambique e foi aprovado. E nesse mesmo ano grava a sua primeira fita. “Comecei a gravar discos LP, que foram vendidos. E esses trabalhos foram feitos com outros artistas como Alexandre Langa, José Guimarães, já falecidos, e outros músicos da minha geração”, conta o dono de temas populares como “Xikona”, “Frelimo”, “Nilhayisse”, “Nikhome Nkata”.
Nesse percurso de vida que já leva oito décadas, Xidiminguana fez oito filhos, cinco dos quais viriam a perder a vida. Actualmente vive com a esposa, Paulina Macuiane, o filho Bernardo Domingos, um exímio guitarrista, e os netos.
O seu dia-a-dia resume-se no trabalho no estúdio, nos concertos quando aparecem e em cuidar da sua família e da casa, no bairro da Maxaquene C, próximo ao Mercado Municipal Khalene, popularmente tratado por Mercado Compone.